sábado, 3 de abril de 2010

Um Dia de Chuva




Eram tantos os fins de tarde em que partilhávamos sorrisos juntos, enquanto a noite lentamente ía chegando e nos levava a abandonar o campo. Passando o portão cada um seguia uma direcção diferente, e separados ansiávamos já o dia seguinte. Pensávamos como iria ser e se desta vez iríamos conseguir fazer jogadas melhores ou aquele truque que muito treinávamos, para estarmos juntos era tão normal como beber água. No inicio éramos muitos, sempre juntos para o melhor e para o pior, uma só força, um só pensamento, uma só unidade...

O tempo foi passando mais depressa do que esperávamos, alguns ficaram pelo caminho enquanto os outros foram obrigados a avançar devido à força da sociedade. Estávamos agora reduzidos a metade dos sorrisos, mas ainda tínhamos os nossos fins de tarde de sol onde jogávamos futebol até sermos obrigados a partir. E embora menos puros, menos inocentes e com a marca de perda ainda tínhamos os nossos sorrisos... À medida que o tempo continuava a passar crescia a hostilidade dentro de nós, a pressão de boas notas a entrada para uma faculdade mais uma vez a sociedade queria roubar-nos o sorriso.

Passamos a ser quatro sorrisos a jogar á chuva, e em vez de ansiarmos o próximo dia, passamos a pensar que tínhamos menos um juntos para correr atrás de uma bola... Foram anos de ouro, cheios de felicidade que dávamos por garantida...

É o fim de tarde e os mesmo quatro juntam-se para jantar, falam agora de como a vida mudou e das novas experiências que têm tido separados... No caminho pela cidade encontram uma garrafa, tornando-a numa bola jogam como antigamente, os sorrisos voltam e começa a chover enquanto todos pensam "há coisas que nunca irão mudar =)"...

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Texto: Dama de Espadas

Um comentário:

  1. É verdade... há coisas que nunca mudam e memórias que ficam para sempre no nosso coração.
    É tambem que toda a sociedade está enganada e que não deveriamos de entrar na faculdade antes dos trinta...e tal:P
    Mas como não pode ser assim temos de nos sujeitar e ageitarmo-nos às regras que nos são impostas à nascença.
    O que nos vale, e nos ajuda a suportar as cosequências, nem sempre boas, da vida em sociedade, são os amigos. Esses são o nosso porto de abrigo. E são memórias como estas que nos levam aseguir em frente com a esperença de voltar a ver dias melhores.
    beijo:P

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